sábado, 24 de maio de 2008

Contribuições


11 comentários:

Drika disse...

Essa semana saiu no caderno de informática do jornal O Globo informações sobre um projeto muito interessante da jornalista Sonia Rodrigues. Trata-se do projeto "Rio Briografias" cujo objetivo é promover a leitura literária com jovens do ensino médio. Vejam o trecho da reportagem: "Usando a tecnologia como um meio e não como um fim, Sonia desenvolveu o método Autoria, que usa técnicas de internet e jogos de roleplaying para estimular o amor ao texto. Os alunos inscrevem no site - www.autoria.com.br - e devem fazer o resumo de um livro de um desses autores: Machado de Assism José de Alencar, Manuel Antonio de Almedida, Aluísio de Azevedo ou graciliano Rajos. Feito o resumo, eles primeiro respondem a trivias sobre a história escolhidoa , e depois começam a trabalhar tramas alternativas para as hitórias, através de opões num formumlário web."
Abaixo vejam que interessante o relato dos participantes!

http://www.youtube.com/watch?v=bDb5-4jG8sc

Drika disse...

A postagem anterior é de um membro do grupo FORÇA.

grupo iavm disse...

Cada vez mais percebemos, hoje, uma ênfase na definição de criança como sujeito de sua ação no âmbito das situações sócio-culturais e mesmo no âmbito individual. Essas constatações apresentam, para a área da educação Infantil, a necessidade de considerar o sujeito- criança como protagonista de sua ação e de considerar as diferentes dimensões de sua constituição, percebendo a criança como um outro a ser ouvido.

Devemos levar em consideração que, desde muito cedo, ainda crianças, para viver, todos os homens exercitam o seu pensamento (gramática). Esse fato é comum a todas as crianças. O pensamento está implícito no processo de aprendizagem, o qual se dá no interior das relações sociais, cotidianas, numa dinâmica do desenvolvimento de um conjunto de potencialidades que o ser humano traz ao nascer.

A escola como um contexto de desenvolvimento é o lugar privilegiado para que, através da interação, as crianças aprendam a articular os próprios interesses, pontos de vista e colocações com os demais. Priorizando a vida em coletividade como a colaboração, ajuda, cooperação, solidariedade e respeito. Permite observar que, quando as crianças trocam experiências sejam elas, com a língua viva ou internetes, com outras idades diferentes, diferencia o eu e o outro, construindo a própria identidade, o que favorece o acesso a níveis crescentes de autonomia.

Sendo assim, podemos dizer, então, que o professor faz a mediação entre a criança e seu meio, no papel de organizador, facilitador, investigador, incentivador e motivador, enfim, figura principal na relação adulto – criança, no sentido de permitir o desenvolvimento da criança, sua segurança física e emocional, cumprindo, portanto, o papel ( Cuidar e Educar).

Qual o segredo, ou estratégia adequada, não sei!

Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta
pergunta:

' Estratégia adequada? Quem a tem, se a todo momento tudo se renova!?'

Unknown disse...

No Jornal Observatório da Imprensa publicou no dia 29 de março uma matéria sobre Linguagem de Internet e duscutiam como ela se difundia em chats e blogs, podendo influenciar no nosso idioma e qual seria sua forma de penetração nos meios de comunicação.
Participaram do programa, em São Paulo, a professora Marisa Lajolo e o editor do caderno de informática da Folha de SP, Rodolfo Lucena, o escritor Deonísio da Silva e o professor Sérgio Nogueira Duarte.
Alberto Dines, em seu editorial, afirmou que "a tremenda penetração da internet entre os jovens está transformando a linguagem abreviada dos chats e blogs numa espécie de código que nada tem a ver com a gramática, ortografia, e às vezes subverte a própria semântica. Em um país que lê tão pouco, escreve menos ainda, e quase não se entende, é bom pensar em voltar para a escola".
A professora titular de Teoria Literária da UNICAMP, Marisa Lajolo, iniciou o debate: "Eu acho que essa linguagem mostra uma criatividade muito grande. Eu tenho certeza de que uma das grandes coisas que o ser humano sempre fez, e faz cada vez melhor, é inventar linguagens, decifrar linguagens, reinventar linguagens, e esse surto de internetês é muito criativo e em certos aspectos, retoma algumas práticas ortográficas dos séculos XVII e XVIII, então eu acho que a cultura não está em risco".
O professor Sérgio Nogueira que escreve a coluna de português Aula Extra falou: "Eu encaro com certa naturalidade, porque como uma língua viva, ela evolui, se transforma, isso é natural (...) Eu acho que é muito importante hoje, o professor de língua portuguesa, primeiro, não se assustar com o problema, procurar conhecer esse código".
Rodolfo Lucena, que está no jornalismo de informática desde 1984, falou em seguida: "Ao longo do tempo os homens começam a adaptar a linguagem ao meio que estão usando. E essa linguagem usada na internet, como o próprio uso da rede, cada vez mais rápido, mais tenso, às vezes reflete a vida de hoje. Eu acho extremamente positivo o uso que os jovens fazem da internet e dessa linguagem tão peculiar porque, em primeiro lugar, eu vejo adolescentes escrevendo, talvez como nunca, nos últimos vinte anos, e em segundo lugar, para que você saiba usar uma linguagem reduzida você precisa conhecer a linguagem, o básico". Questionado por Alberto Dines se a Folha poderia, um dia, usar em seus textos o internetês, Lucena respondeu: "A gente procura na Folha ser um bastião da linguagem, da norma culta, o jornal procura lutar por isso cotidianamente, tanto na produção do material que chega ao leitor quanto no trabalho interno da redação".
Deonísio da Silva, diretor da Faculdade de Comunicação Social da universidade Estácio de Sá, disse que "uma pequena parcela da sociedade brasileira tem acesso à internet e essa pequena parcela assemelha-se a uma horda de zulus eletrônicos, que pularam o livro e foram direto para o teclado, este eu acho que é o grande prejuízo". O colunista do JB, da revista Caras e do Observatório online afirmou ainda que "está mais do que na hora de nós fazermos uma defesa da norma culta da língua portuguesa. Eu já disse isso, eu considero a língua portuguesa assassinada a tecladas".
Rodolfo Lucena discordou e disse: "Eu acho que o maior vilão, a maior ameaça ao português são as diferenças sociais, a exclusão social, que leva milhões de brasileiros a não terem acesso a educação, a linguagem".
Deonísio da Silva retrucou: "Eu acho que falta editor na internet. Na internet hoje entra tudo, e 90% de tudo é tosco. Na minha modesta opinião estamos assistindo a um rebaixamento da língua portuguesa, que é um indicador de vários outros rebaixamentos na vida nacional".

Tiago Chediak (estagiário)

Luciana Costa disse...

A charge mostra como, infelizmente, a maioria dos nossos jovens vê e entende nossa língua. Para a grande maioria deles, escrever é um desafio. Também questiona as inúmeras variantes que possui a nossa língua portuguesa e defende sua “otimização”.
A Língua Portuguesa é uma das mais difíceis, mas acima de tudo sabemos que bons escritores são antes de tudo bons leitores, e bons leitores, não são tão comuns assim entre nossos alunos. A escola e a família devem dividir a responsabilidade de incentivo a leitura.

A chegada de novas tecnologias é uma realidade com a qual os professores se deparam, apontando-lhes novos desafios. É necessário que sejam oferecidas oportunidades e estímulos profissionais para que os professores tenham acesso e aprendam a utilizar as novas tecnologias como ferramentas pedagógicas.

A charge fala de EVOLUÇÃO DA LÍNGUA. Sabemos que a língua é viva, não podemos tratar deste assunto com uma visão estanque, mas evoluir não significa empobrecer, muito pelo contrário. Evoluir significa crescimento.

Podemos utilizar texto de autores consagrados, mas podemos usar também charges, histórias em quadrinhos e tantas outras formas de escrita. Explicar de forma isolada, sujeitos, predicados, objetos diretos e indiretos, sem que o aluno se sinta parte daquela situação é muito difícil e monótono.

Diante dessa perspectiva “a sala de aula é o mundo”, onde novas tecnologias de informação e comunicação criam novos espaços e possibilidades a serem explorados, focando a aprendizagem na busca da informação significativa, diversificando as formas de dar aula, de realizar atividades, de avaliar.

Vejam a charge:
http://charges.uol.com.br/2008/05/26/cotidiano-evolussaum/?modo=baloes

Postagem do Grupo Nikiti-Paquetá

Mônica disse...

Grupo: Caio, Lucas e Outros
Integrantes do Grupo:
Claudia Mara Antunes dos Santos
Jane Azevedo da Silva Ribeiro
Mônica de Menezes Couto
Simone Severino Fernandes do Nascimento

Inserção de uma contribuição com comentário:
Ao vermos o vídeo (link abaixo) pudemos ter uma idéia de que uma visita ao Museu da Língua Portuguesa pode gerar muitos conhecimentos e ser uma proposta interessante para nossos alunos e professores.

http://www.youtube.com/watch?v=OzKEfEHi7ag&feature=related#

Consideramos a visita a este Museu uma excelente estratégia para a aproximação de alunos e professores das infinitas possibilidades da Língua Portuguesa e um estímulo a conhecê-la e estudá-la.

O Museu da Língua Portuguesa é uma importante instituição e foi “organizado para transformar-se em ponto de encontro com a língua, a literatura e a história. Ao invés de paredes, vozes. No lugar de obras, espaços interativos.”
Através da interatividade dos materiais e serviços que oferece aos visitantes, podemos desfrutar da Língua Portuguesa que se apresenta dinâmica, viva, atraente.
Neste museu há muitos ambientes multimídia reunindo a imagem, a música, o vídeo, e a voz humana e tudo que possa nos remeter à origem , ao uso e às formas da Língua se manifestar.
Trata-se de um museu vivo da Língua, onde os brasileiros podem se reconhecer e se conhecer melhor, lugar que evoca a espeficidade e a riqueza da nossa língua e busca reforçar o sentimento de pertencimento e responsabilidade com o país.Um dos objetivos é fazer com que as pessoas se surpreendam e descubram aspectos da língua que falam,lêem e escrevem,bem como a cultura do país em que vivem.

andreiaetecnologia.blog.terra.com.br disse...

Grupo Reaprender

Prática de ensino da Língua Portuguesa

Neste trabalho foi elaborado um plano de aula com a preocupação de fazer com que o aluno perceba e compreenda em primeiro lugar a noção de temporalidade para depois ser trabalhado o verbo, refletindo sobre a língua escrita.
A importância em ser trabalhada a temporalidade é fundamental para a comunicação oral e escrita e para a compreensão de textos com base na noção do que as crianças já possuem sobre tempos verbais.
"É importante que a turma tenha acesso ao texto como um todo, pois muitas vezes é difícil compreender relações de temporalidade apenas com base em fragmentos", afirma Marília Costa Dias, professora do curso de Pedagogia do ISEVC, em São Paulo.
Veja a matéria abaixo:



PARA VISUALIZAR MELHOR VEJA O LINK ABAIXO:
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0209/aberto/mt_267771.shtml

andreiaetecnologia.blog.terra.com.br disse...

Grupo Reaprender

Prática de ensino da Língua Portuguesa

Neste trabalho foi elaborado um plano de aula com a preocupação de fazer com que o aluno perceba e compreenda em primeiro lugar a noção de temporalidade para depois ser trabalhado o verbo, refletindo sobre a língua escrita.
A importância em ser trabalhada a temporalidade é fundamental para a comunicação oral e escrita e para a compreensão de textos com base na noção do que as crianças já possuem sobre tempos verbais.
"É importante que a turma tenha acesso ao texto como um todo, pois muitas vezes é difícil compreender relações de temporalidade apenas com base em fragmentos", afirma Marília Costa Dias, professora do curso de Pedagogia do ISEVC, em São Paulo.
Veja a matéria abaixo:



PARA VISUALIZAR MELHOR VEJA O LINK ABAIXO:
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes/0209/aberto/mt_267771.shtml

Ana Paula disse...

A arte de escrever bem
Ao ser apresentada aos cordéis, turma de 8ª série toma gosto pela leitura e aprende que a linguagem falada é rica, mas que a escrita deve seguir a norma culta
Denise Pellegrini, de São Gonçalo do Amarante (CE)
DRAWLIO JOCA

Francisca e os alunos com o varal de cordéis: literatura ao alcance de todos
Meus senhores e senhoras,
Que aqui estão presentes
Queiram ouvir um cantor
Que propala simplesmente
Palavras da ignorância
Do tempo de sua infância
Da classe dos inocentes
Esses versos são de Neco Martins, cordelista e cantador. Ou melhor, de Manoel de Oliveira Martins, fazendeiro que fundou, no fim do século 19, São Gonçalo do Amarante, a 60 quilômetros de Fortaleza. Nem a origem da cidade nem os cordéis de Neco, reunidos e preservados pela família, conseguiram impedir que essa tradição perdesse a força com o tempo. Um século depois, no entanto, a professora Francisca das Chagas Menezes Sousa levou os moradores de Cágado distrito rural de São Gonçalo onde está localizada a EEF João Pinto Magalhães a procurar entre seus guardados os antigos livretos. O material se tornou uma preciosa fonte de pesquisa para a turma de Francisca, que, com o projeto Cordel: Rimas que Encantam, conquistou o título de Educadora do Ano no Prêmio Victor Civita 2006.
Durante os três meses em que estudaram essa arte, os 45 alunos de 8ª série aprenderam que a língua falada é diferente da língua escrita e que a variação da fala, tão comum no país, precisa ser respeitada. Na hora de escrever, no entanto, é necessário seguir uma norma-padrão.
Os alunos de Chaguinha, como é mais conhecida (leia o quadro), tinham dificuldade de inferir as idéias de um texto e a escrita deles era carregada de marcas da oralidade. Filhos de pais analfabetos ou semi-analfabetos, não têm em casa incentivo para a leitura. A professora percebia a dificuldade deles em diferenciar a linguagem popular da linguagem escrita."Apostei nos poemas de cordel, tão próximos das histórias contadas por pais e avós", conta. "Ao valorizar a cultura popular, Francisca conseguiu levar a turma a reconhecer e legitimar o mundo letrado", explica a consultora Heloisa Cerri Ramos (leia mais no quadro).
Em uma roda de conversa, Chaguinha avaliou o que os alunos já tinham ouvido falar sobre cordel e pediu que eles pesquisassem mais sobre o tema. Como o acervo da escola é pequeno, foram à biblioteca na sede do município. Lá, encontraram várias publicações que tratam da temática do projeto e também conheceram obras como O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. Um dos garotos descobriu um livro de Neco Martins, o fundador da cidade, que ninguém sabia ser cordelista, e outro sobre Patativa do Assaré.
Aos poucos, os mais desconfiados se interessaram pelo tema. "Eu achava que era enrolação. Para mim, a gente precisava de aula de Português", lembra Francisca Rosiane Barroso Lima, 15 anos. Mas não demorou para ela perceber que aquilo era aula, sim, e das boas! Ainda mais quando todos foram ao Centro Vocacional Tecnológico pesquisar na internet. Depois de explicações josobre o funcionamento dos computadores - a maioria nunca tinha usado -, um mundo de informações se abriu. Alguns textos, como biografias de autores e vários cordéis, acabaram sendo impressos para serem estudados depois na escola.
Conversas na comunidade
Os moradores mais velhos foram outra fonte de informação preciosa sobre o tema. Ao visitá-los, os jovens conseguiram 30 livretos, copiados e devolvidos aos donos. Em sala ou debaixo das árvores do pátio, as cópias passavam de mão em mão em animadas rodas de leitura.
Para que os alunos colocassem em prática todo o conhecimento adquirido, a professora discutiu com eles as características do gênero, incluindo as rimas e a métrica: os versos são escritos em forma de sextilha, estrofe de seis linhas, cada uma com sete sílabas poéticas, e rimas iguais nos versos pares. A classe começou a escrever, mas sem fazer a contagem das sílabas.As produções eram corrigidas, relidas e aprimoradas com a consulta a livros e dicionários." Eu apontava versos com tamanhos muito diferentes ou rimas feitas com a mesma palavra", diz Chaguinha.
Durante a produção, ela percebeu que eram mencionados versos contados por familiares ou conhecidos e sugeriu uma entrevista com uma dessas pessoas, João Evangelista Ferreira dos Santos, 48 anos. Estudante de EJA na própria escola, ele sabe muitos cordéis de cor e os declamou para a garotada. A transcrição da conversa foi feita em papel pardo, colado na parede da classe, e analisada. "Essa atividade é muito útil para compreender que a linguagem escrita não é a transcrição da fala", explica Heloisa.
Chaguinha teve o cuidado de dizer que o modo de o povo falar não é errado. O Enredo do Diabo,um dos cordéis declamados por Evangelista, começava assim, na transcrição: "Sexta- fera da paxão/ U satanás deu um fora/ Tumou um certo distino." No trabalho de adequação para a linguagem escrita, objetivo de seu projeto, o mesmo texto virou: "Sexta-feira da paixão/ O satanás deu um fora/ Tomou um certo destino."
Depois dessa etapa, foram exibidos os DVDs de O Auto da Compadecida e de um show de Caju & Castanha, uma dupla de mestres no coco- de-embolada nordestino, para mostrar diferentes modos de falar. Para socializar o conhecimento, os jovens organizaram um calendário de apresentações e recitaram versos para os colegas de outras salas, que aguardavam ansiosos a troca de idéias. Quem queria podia apreciar os textos expostos no mural da escola. Depois, foi a vez de os moradores da vizinhança receberem a visita dos novos escritores, numa atividade batizada de cordel ambulante.
Muita produção textual
Os alunos partiram para a produção de um cordel coletivo sobre um colega que havia se afogado num rio. Após consultar a família para pedir autorização, eles foram em busca de mais informações sobre Nascélio Lima, 17 anos. Em dois dias de empolgação e lágrimas, surgiram versos como estes: "Essa é uma real história/ Que São Gonçalo abalou/ Tragédia de um estudante/ Que em um rio se passou/ Na localidade de Cágado/ Muita tristeza deixou".
A última etapa do trabalho envolveu a escrita de cordéis em duplas. Os temas eram variados: mitos e histórias contadas pela comunidade ou temas atuais, como as diferenças entre um menino feio e um bonito. Corrigidos os textos, a meninada começou a produção das ilustrações. Como forma de substituir as tradicionais xilogravuras, Chaguinha ensinou a fazer carimbos com EVA. As capas eram grampeadas nos livros, que depois, como manda a tradição, terminaram presos em varais.
No fim do trabalho, a escola organizou uma noitada de cantorias.Em uma praça iluminada por lampiões e uma grande fogueira, a turma montou barracas com comidas típicas e expôs suas produções. A comunidade leu os livretos,ouviu os jovens declamando versos e artistas locais apresentando emboladas, repentes e, como não poderia deixar de ser, muitos cordéis. A professora ainda comandou uma noite de autógrafos.
A avaliação do trabalho foi feita por meio de um portfólio, com as produções e os relatórios mensais redigidos pelos alunos. "Assim, eles e eu percebíamos avanços na adequação do vocabulário, na concordância, na paragrafação e na ortografia", diz Chaguinha. Suas impressões também eram colocadas em relatórios. "Com o aumento da leitura, eles passaram a escrever e a falar melhor e a se interessar mais pelos livros." Trecho do relatório de Ednardo Evangelista Batista, 14 anos, dá uma amostra do sucesso do projeto: "Agora, sempre procuro, na nossa biblioteca, livros sobre outros temas, poesias, romances e revistas".
DRAWLIO JOCA

Amor, morte e decepção: temas dos livretos ilustrados com carimbos de EVA
Palavra da consultora
Raízes que levam ao mundo letrado
A consultora Heloisa Cerri Ramos, formadora de professores de São Paulo, foi a responsável pela seleção do trabalho de Francisca entre os inscritos na nona edição do Prêmio Victor Civita Educador Nota 10. O grande mérito do projeto - que deu a Chaguinha o título de Educadora do Ano de 2006 -, de acordo com ela, é partir das origens da comunidade, que ganharam valor pelas mãos da professora. "Ela percebeu que os alunos traziam para seus escritos a influência da linguagem oral, emprestada das cantorias, histórias e falares dos pais e avós", conta. Por meio do cordel, tão próximo ao universo local, os estudantes se abriram para o prazer da leitura e, dessa forma, se aproximaram da linguagem escrita. Chaguinha pode fazer a turma ir além, segundo Heloisa, usando a mesma metodologia aplicada no projeto, baseada no conhecimento da classe, em modelos, na prática e em comparações. "Assim, é possível explorar outros gêneros, como conto, fábula, lenda, romance e suspense", explica a consultora. O fato de os estudantes não terem proximidade com esses tipos de leitura não atrapalha a atividade. Cabe ao professor desenvolver a familiaridade. O tema ou o local da história podem atrair a moçada.
DRAWLIO JOCA

1 - Pesquisa
Depois de avaliar o que os alunos sabiam sobre cordel, a professora foi com eles à sede do município para uma pesquisa. Visitaram a biblioteca e o Centro Vocacional Tecnológico - onde acessaram a internet pela primeira vez. Entre muitos autores, Patativa do Assaré foi o preferido.
2 -Roda de leitura
Para ampliar os conhecimentos sobre o tema, a garotada fez uma pesquisa na comunidade, reunindo 30 antigos cordéis, que foram copiados e devolvidos aos moradores. Em sala, as cópias passavam de mão em mão em animadas rodas de leitura.
3 - Primeira produção
Trabalhadas as características do gênero, Chaguinha pediu aos estudantes que escrevessem cordéis. Na hora da correção, mostrou para Francisca Rosiane Barroso Lima, por exemplo, que o segundo verso não estava rimando com o quarto.
4 - Falar e escrever
A turma foi entrevistar moradores, como João Evangelista Ferreira dos Santos, que sabia muitos cordéis. A conversa, gravada e transcrita, serviu para o estudo das diferenças entre linguagem falada e escrita.
DRAWLIO JOCA

5 - Cordel ambulante
Todo o trabalho foi socializado. Os jovens recitavam os versos antigos e os produzidos por eles para os colegas de outras séries, que ficavam encantados. Animados, eles passaram a visitar as casas, fazendo a leitura para os moradores.
6 - Versoso coletivos
Os alunos sugeriram a produção de um cordel coletivo sobre um colega que havia se afogado num rio de São Gonçalo. A família autorizou o trabalho e deu mais informações. Em dois dias, os versos ficaram prontos.
7 - Como manda a tradição
O trabalho continuou com a produção de cordéis em dupla. Os textos, discutidos, corrigidos e aprimorados, ganharam capas ilustradas pelos próprios jovens. No lugar da tradicional xilogravura, Chaguinha ensinou a garotada a fazer carimbos com EVA.
8 -Noitadas de cantoria
O projeto foi encerrado com uma grande festa para a comunidade. Cantadores convidados animaram o evento, com repentes, emboladas e, é claro, muitos cordéis.
Quem é Francisca
Francisca das Chagas Menezes Sousa tem 29 anos, é casada e tem dois filhos. Nascida no Piauí, foi para o Ceará aos 4 anos, mas sempre voltava nas férias para a casa do avô, que a aguardava com uma caixinha cheia de cordéis. Analfabeto, gostava de ouvir a neta lendo os versos em voz alta. "O gosto por essa literatura vem daí", admite Chaguinha, que, depois de formada em Magistério, fez o curso de Pedagogia no campus avançado da Universidade Estadual do Vale do Acaraú, em São Gonçalo do Amarante, e está concluindo uma pós-graduação em Psicopedagogia. Nos dez anos de profissão, já lecionou em creche, para turmas de 1a a 4a série e há oito anos para as de 5a a 8a. Atualmente, dá aulas de Língua Portuguesa, Arte e Geografia nos três períodos e ainda acumula a presidência do Conselho Escolar.
Estudar cordel
Aprimora a escrita ao permitir a reflexão sobre a diferença entre a língua falada e a escrita.
Aproxima os alunos da cultura popular.
Incentiva o gosto pela leitura.
Comentário do Grupo: As Meninas
Este artigo foi publicado na Revista Nova Escola/dez2006 e divulga um projeto realizado no Ceará pela Professora Francisca das Chagas . O trabalho foi desenvolvido com alunos da 8ª. Série (atualmente 9º. ano de escolaridade) e recebeu o prêmio Professor Nota 10.
O projeto Cordel: Rimas que Encantam, possibilitou aos alunos aprimorar a escrita, levou-os a refletir sobre diferença entre a língua falada e a escrita; aproximou-os da cultura popular e incentivou o gosto pela leitura. Este trabalho teve como objetivo fazer os alunos perceberem que a linguagem falada é rica, mas que a escrita deve seguir a norma culta.

Avida disse...

O Grupo Força identificou neste Projeto "Rio Biografias", o prazer que pode se tornar a construção do conhecimento .Através da leitura , as pessoas transformam conceitos,refletem seus atos,se tornam adeptos da reconstrução , a imaginação aflora a criatividade vezes escondida e sem perceber na grande maioria ,que estamos internalizando um enorme conhecimento inerente a nossa língua.
Mais projetos como este deveriam ser implantados pois, mesmo sendo otimista, no Brasil o hábito da leitura ainda é muito pequeno.Claro que isso ocorre devido ao interesse da maioria , mas isso é uma outra história.
O vídeo "Interatividade e Literatura", nos permite assistir uma aula muito rica em todos os aspectos. Oportuniza a interatividade entre alunos e professores, a conhecerem suas idéias, ideais, pontos de vista, reflexões individuais, troca de saberes, uma comunicação ampla de seus conhecimentos que nasceu pela leitura de um texto que a jornalista intencionalmente recomendou por fazer parte do cotidiano da vida daqueles estudantes , que no vídeo apresentam-se expondo diversas interpretações sobre a história,suas reflexões, conclusão e enfim a reconstrução.
Atitudes como esta e tantas outras , nos faz crer que é possível sim,realizar trabalhos sérios,criativos, prazerosos e inteligentes que tenham como objetivo desenvolver o conhecimento dos saberes do indivíduo .E o desenvolvimento destes saberes passa pela comunicação, pela utilização da linguagem.

Postagem do grupo "FORÇA".

Avida disse...

O Grupo Força identificou neste Projeto "Rio Biografias", o prazer que pode se tornar a construção do conhecimento .Através da leitura , as pessoas transformam conceitos,refletem seus atos,se tornam adeptos da reconstrução , a imaginação aflora a criatividade vezes escondida e sem perceber na grande maioria ,que estamos internalizando um enorme conhecimento inerente a nossa língua.
Mais projetos como este deveriam ser implantados pois, mesmo sendo otimista, no Brasil o hábito da leitura ainda é muito pequeno.Claro que isso ocorre devido ao interesse da maioria , mas isso é uma outra história.
O vídeo "Interatividade e Literatura", nos permite assistir uma aula muito rica em todos os aspectos. Oportuniza a interatividade entre alunos e professores, a conhecerem suas idéias, ideais, pontos de vista, reflexões individuais, troca de saberes, uma comunicação ampla de seus conhecimentos que nasceu pela leitura de um texto que a jornalista intencionalmente recomendou por fazer parte do cotidiano da vida daqueles estudantes , que no vídeo apresentam-se expondo diversas interpretações sobre a história,suas reflexões, conclusão e enfim a reconstrução.
Atitudes como esta e tantas outras , nos faz crer que é possível sim,realizar trabalhos sérios,criativos, prazerosos e inteligentes que tenham como objetivo desenvolver o conhecimento dos saberes do indivíduo .E o desenvolvimento destes saberes passa pela comunicação, pela utilização da linguagem.

Postagem do grupo "FORÇA".